Lipidose Hepática Felina

Lipidose Hepática Felina

A Lipidose Hepática Felina , também conhecida por Esteatose Hepática Felina ou Fígado Gorduroso dos Felinos é uma doença metabólica , potencialmente fatal e bastante comum no gato doméstico. É caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado (hepatócitos),  podendo conduzir à disfunção grave do órgão. A ocorrência da patologia depende do desenvolvimento de alterações no organismo que promovam a entrada de gordura nas células hepáticas, associada à deficiência em sua eliminação. Esse desequilíbrio promove o acúmulo de lipídeos no interior das células que leva à sobrecarga e consequente comprometimento da função normal dos hepatócitos.

O fator preponderante para o desenvolvimento da doença está relacionado ao fato de felinos serem carnívoros estritos e possuírem particularidades no metabolismo de gordura e proteína que lhes confere necessidades em ácidos gordos essenciais, aminoácidos e vitaminas. Esses componentes podem encontrar-se deficientes em situações de perda de apetite e jejum prolongado o que leva a um mecanismo compensatório de mobilização da gordura até o fígado para que seja metabolizada e armazenada a fim de suprir a necessidade energética do animal.

Ocorre principalmente em gatos obesos ou sem apetite (anoréticos) e a maioria dos pacientes comprometidos sofre de alguma alteração primária ou secundária que desencadeiam a patologia.

Na Lipidose Hepática primária, um animal saudável apresenta um período de redução ou perda do apetite, por diminuição do alimento disponível, por administração de alimentos não palatáveis ou por diminuição da ingestão devido a stress (mudança repentina da dieta, mudanças de residência ou de dono , introdução de novos animais ou pessoas na residência). Esses animais não possuem doenças concomitantes em outros órgãos ou sistemas que possam ser considerados como causa do problema.

No caso da secundária ocorre inapetência ou má assimilação do alimento como consequência de uma
patologia subjacente. Essa é a forma mais comum da Lipidose Hepática e ocorre em cerca de 95% dos animais podendo estar associada à outras patologias como infecções intestinais , doença renal , pancreatite, tumores , diabetes , doença do trato urinário inferior felino , dentre outras.

Os felinos acometidos desenvolvem uma série de sinais clínicos, como perda de peso, vômitos, diarreia, palidez de mucosas, icterícia (mucosas ou pele amarelada), perda de apetite e letargia. Em estágios mais avançados, os animais podem desenvolver perda da visão e sinais neurológicos como epilepsia , depressão e coma. Embora os mecanismos fisiológicos ainda não sejam detalhadamente conhecidos e tenham origem multifatorial, é fundamental o reconhecimento precoce da patologia. Por isso o atendimento clínico deve ser feito logo que apareçam os sintomas , sendo importante a realização de exames laboratoriais e ultrassonografia para diagnóstico preciso , o que possibilita  o início de terapia adequada auxiliando o paciente acometido em sua recuperação.

Como método preventivo da Lipidose Hepática Felina , o tutor deve ter atenção ao sobrepeso de seu animal, utilizando dietas adequadas e disponibilizando objetos e locais que estimulem a atividade com brincadeiras. A observação constante e rigorosa do comportamento individual do gato e sua aceitação ao alimento é fundamental para a prevenção do problema , uma vez que um jejum de 48 horas já pode desencadear as alterações que levam à doença.

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